quarta-feira, 22 de julho de 2009

Trambique vira casamento.

Victor Zacharias

Foi neste final de semana que assisti o filme "A proposta". É um filme romântico como aquelas famosas histórias impossíveis para a vida real, mas sugeridas como possíveis, afinal os filmes influenciam nos estilos de vida das pessoas como todos outros meios de comunicação.
Este é o tipo do filme "água com açúcar" ou "arroz com feijão", parece que não faz mal a ninguém.
Na agência de notícias ABC News o comentário é sobre a cena em que Sandra Bullock aparece nua pela primeira vez e decidiu fazê-lo com mais de 40 anos. Poucas são as mulheres que ousam exibir os corpinhos publicamente depois desta idade e isso deu tão certo que a caixa postal da Sandra entupiu. Ela declarou que se soubesse que daria tanta repercussão teria feito antes.
A professora de cinema Vivian Sobchack diz que é como se ela desse um novo começo na carreira dizendo eu estou aqui, estou viva, sou viável, tenho sex appeal. Normalmente as mulheres com mais de 40 anos são convidadas para fazer papel de mãe.
O filme começa mostrando a urbana Sandra em casa pedalando aquelas bicicleta de exercícios, olhando para uma tela plasma que reproduzia a natureza. Já se nota que ela é workholic pois nem dava bola para a tela direito estava avaliando um calhamaço de textos. Estilo de vida de quem trabalha 24 horas por dia, apaixonada pelo trabalho. Os detalhes nos filmes fazem toda diferença.
Ela é editora de uma grande empresa de livros e tem um assistente fiel e interessado em ser editor também. O filme propõe uma inversão dos conservadores papéis sociais: chefa e secretário.
Sandra é objetiva e fria. Sua fama no escritório é de bruxa para baixo.
Após esta apresentação surge o problema a ser resolvido no roteiro.
Ela é canadense e não pode trabalhar nos EUA, apesar dos donos da empresa gostarem do seu desempenho, terá que seguir a lei.
A solução para ela ficar é criada na hora por ela mesma para surpresa do seu secretário: casar com ele na base do faz de conta. Ele topa para não ser mandado embora e percebendo seu poder negocia também sua promoção.
Aqui podemos ver que ela diretora de grande prestígio propõe uma saída ilegal, imaginem quantas vezes ela fez isso para chegar onde chegou? O cara também topa e pede um cargo em troca. Mais ilegalidade, o famoso jeitinho americano que, por aqui, tem menos publicidade que o brasileiro.
Bom, para resolver o problema eles tem que pular vários obstáculos e os roteiros são assim para prender a atenção do público: primeiro os donos da empresa, depois o serviço de imigração acostumados com estes trambiques, depois a família dele que é tradicional e mora no Alaska que é bem longe.
Ela tem uma recaída ética, mas ele não afinal eles topavam qualquer negócio para conseguir seus objetivos, no caso dele até enganar a família.
O final de um filme romântico é o de sempre, eles acabam apaixonados,
Não levante quando o filme parecer que acabou, isto é, na hora dos letreiros, pois enquanto eles passam os dois aparecem dando mil explicações para as perguntas malucas do serviço de imigração.
Não foi um conto de Cinderela, porque o cara era rico e ela estava no mesmo padrão, e também que eu saiba a Cinderela não ficou pelada em cena.
Gostei das lindas paisagens do Alaska onde de dia faz sol e a noite também, esta é uma proposta bem comercial, vamos dizer como os técnicos de futebol: para cumprir tabela.

2 comentários:

Katia Lobão disse...

Gostei muito desse filme e do modo como você o descreve. Parabéns!!
Kátia Lobão.

Victor Zacharias disse...

Obrigado pelo elogio. Apareça sempre por aqui e participe também.