sábado, 25 de julho de 2009

Bandido e machista, mas com princípios éticos.

Victor Zacharias

Inimigo Público, é um filme de gangsters que mostra a espetacularização realizada pela mídia para os assaltantes "heróis" desde aquela época.
O ator Johnny Deep faz o papel de John Dillinger chefe de uma quadrilha cuja especialidade era assaltar bancos, mas não roubava os clientes e à Robin Hood ficava popular, afinal ele respeitava mais o dinheiro dos clientes do que os bancos.
Audacioso, Dillinger, quando estava sendo caçado,
chegou a visitar o escritório do FBI e não foi notado, inclusive pergunta aos políciais qual era o resultado do jogo, se fosse aqui no Brasil, provavelmente a polícia seria desqualificada, mas é assim no mundo.
No filme a polícia abusava da violência pessoal e invadia a privacidade grampeando ligações telefônicas, mas mesmo assim era constantemente ludibriada pelo assaltante o qual só era encontrado a custa de delação por tortura ou ameaças de uso da lei em caso de não existir colaboração. Isso era nos anos 30, mas já evoluímos. Evoluímos?
Não me lembro de ter visto a polícia uma só vez levar um mandado judicial para alguma intervenção, agia com dava na telha arrombando portas, entrando nos lugares e torturando quem queria. Parece que não mudou muito, ou mudou?
Assaltantes bem armados metralhavam tudo que viam, mas acertar mesmo quase nunca acontecia, parece a gripe suína muito alarde e pouquíssimas vítimas.
A platéia do cinema se manifestava quando os assaltantes diziam que iriam fazer o último roubo e viriam curtir os prazeres que o dinheiro proporcionaria em um lugar distante, um paraíso como Cuba - praia de Varadero ou Venezuela - Caracas ou Brasil - Rio de Janeiro. O zum zum zum da platéia tem sua razão de ser afinal hoje estamos mergulhados nas notícias dos escândalos do senado, do bandido empresário Daniel Dantas, etc, mesmo sendo um filme dos anos 30 a questão tempo é abolida, então entende-se que os bandidos já vinham para cá para viverem entre seus pares desfrutando da impunidade reservada aos ricos e poderosos.
No meio de tudo isso, como um produto na prateleira, Johnny escolhe uma namorada Billie Frechette feita pela atriz Marion Cotillard e a seduz com lugares "chics" e roupas caras. Bem no estilo eu escolhi você, sou bandido e ponto. Aí não tem jeito ela se apaixona. Será que as mulheres representam o ideal de amor das suas vidas assim, ou seja, um macho poderoso? Se não é assim saibam que o filme sugere este caminho.
O figurino e os cenários são ótimos, especialmente os carros dos anos 30. Uma curiosidade que se perde no tempo é que os fotógrafos dos jornais para iluminar a cenas noturnas seguravam em suas mãos algo semelhante aos fogos de artifícios.
Em resumo Dillinger respeitava ao povo, tinha princípios, fiel a mulher amada, era contra os banqueiros, inteligente, bonitão, gostava de boa vida e cumpria sua palavra, o que não poderia deixar de acontecer é que fez sucesso até o fim.

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