sábado, 30 de outubro de 2010

Wall Street, o capitalismo caminha para o seu fim.

Victor Zacharias

Tanto tempo longe de escrever sobre filmes, não é que não os tenho assistido, tenho sim, este Wall Street ou Rua do Muro é um bom filme para conscientização. A tradução já dá uma idéia de separação e interpretando diria que é a essência do capitalismo, há um muro entre os que pouco ou nada tem e aqueles que tem muitas propriedades e consequentemente muito poder.
O filme tem uma história apropriada as descobertas freudianas, como, a filha procura como companheiro alguém parecido com o pai, mesmo que aparentemente não seja, em essência o é.
A mensagem principal, no meu ponto de vista, é a sujeira que a obsessão pelo lucro ocasiona na sociedade, a ponto de dividir famílias e desrespeitar valores. Lembrei de um documentário chamado "The Corporation" no qual um executivo pergunta: - Qual a religião que mais deu certo no mundo? Ele mesmo responde: - Não é o budismo, nem o catolicismo, nem o cristianismo, nem o islamismo. É o capitalismo. E continua: - A diferença é que o capitalismo não tem a Bíblia, seus valores são voláteis e vale tudo para obter o lucro que acumulado chega a concentração de poder econômico nas mãos de poucos.
Neste filme percebe-se a máfia financeira fazendo todo tipo de acordos e também enganando uns aos outros, tudo de maneira aparentemente legal. Quanto mais lucro melhor e danem-se seres humanos, natureza e aquela palavrinha "ética".
Mas esta trambicagem geral vai fazendo vítimas no próprio exército, como o protagonista Michael Douglas, que foi para a cadeia por manipular o mercado de ações.
Seu objetivo, enganando todos era voltar ao mercado e derrubar os outros picaretas.
O filme mostra como, não só nos EUA, mas em todo mundo o setor financeiro que faz seu lucro em dinheiro, sem produzir nada. Quem perde são sempre os mesmos: os pobres. São estes que pagam a maioria dos impostos e quando aparece a crise ao invés de terem suporte do governo, pois sua colaboração é maior, quem terá serão os ricos. Isso se explica porque o governo é controlado por representantes eleitos com dinheiro da empresas e nessas horas os representantes do povo acabam liberando ajuda a estes grandes conglomerados.
Vale a pena assistir, mas cuidado para não se envolver com o clima emocional do filme e perder a esssência, isto é, o que está por trás das performances.

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