segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Che, o filme, é uma excelente maneira de discutir política.

Victor Zacharias

Na semana passada fui assistir ao filme CHE, o de número 2, que mostra os momentos finais da vida deste revolucionário.
O filme começa diferente, quero dizer que logo na primeira olhada dá para notar, pois não tem a estética apresentada pelos filmes de "Hollywood" e que representam o que significamos como: "glamour".
Você não verá um Rambo em uma selva maquiada, mas a luta de Che, em uma selva bem mais real, pela obstinada libertação do povo boliviano que sofria com a tirania militar.
Seu firme propósito não é abalado por nenhum acontecimento nem mesmo pela morte de companheiros.
Dá para perceber que a vida dos revolucionários não é gostosa, tranquila e cheia de mulheres, mas é extremamente difícil, por isso é para poucos, eu diria raros.
Revolução não é coisa feita por gente pobre e sem cultura, no filme Che recebe cartas de muitos que estão preocupados como os povos que não podem ter justiça e que sofrem pela concentração de poder na mãos de poucos, Che era apoiado financeiramente por conhecidos pensadores até da Europa.
A ética e respeito ao ser humano são surpreendentes. No começo da história Che faz um discurso para os companheiros que iriam iniciar a jornada e lhes prometeu uma vida muito dura, isto é, Che trabalhou com a verdade e, ao contrário da propaganda, anunciou ao grupo que poderia ficar pior.
Os EUA com força econômica e militar interferiu à favor dos EUA.
Em uma país extremamente pobre Che busca o apoio do povo, mas a violência militar dos ditadores destrói qualquer fidelidade do povo à causa. Resultado foi que a traição do povo e dos militantes torturados acaba com o grupo, que é exterminado em uma emboscada feita por um exército muito superior em armas, apoio (aviões, canhões, etc) e ainda contava com a experiência dos combatentes americanos do Vietnã.
Mesmo com suas crises de asma, Che foi até o fim, sendo julgado com frieza e assassinado no acampamento militar.
A história todos já sabiam, creio eu, mas é um filme para ver, discutir e pensar: Será que existem diferenças entre as revoluções de ontem e as de hoje?